
Quase verão. Pegue um livro bom, um copo de vinho branco e um bolo de chocolate e imagine. “Naquele momento compreendi o que já sabia: o que podemos imaginar sempre existe, em outra escala, em outro tempo, nítido e distante, como num sonho” (Em “O Último Leitor” | Ricardo Piglia)
Receita de luxo possível, entre as linhas e as ruínas:
Faça um bolo de chocolate bem forte, um pouco amargo e muito escuro e fofo. sem cobertura (vai ficar tão bom e intenso, que não precisa).
Quando esfriar, pegue uma fatia do tamanho que desejar no prato preferido e tente, no lugar do chá ou do café, beber junto uma taça de vinho branco bem gostoso (se puder, leve tudo isso para um canto de leitura: o bolo, o copo cheio, o livro e você inteira/o).
Fica divino e maravilhoso. Pode confiar.
Funciona com bolo de cacau também — foi assim, aliás, que eu descobri o que eu descobri, em encontros periódicos com uma amiga: um copo de vinho branco no meio da tarde de qualquer cor é um luxo possível ainda. Com bolo é refúgio. Com livro é amor.
É assim que a gente ganha tempo na vida.