
Post formiga, porque a ocasião pede. Na verdade, obviamente o brigadeiro não é para o bebê. Só um dia, quem sabe, quando ele puder fazer certas escolhas…
Não sei como começou. Será que veio primeiro o bem-casado (à base de farinha, ovos, açúcar e recheio de doce de leite) ou o bem-nascido (com receita básica parecida, embalagem diferente e recheio variado, tem até de chocolate)? Um pra casamento, outro pra nascimento. Em tese, a pessoa casa primeiro e depois tem o bebê. Mas não é regra. Mesmo.
Pessoalmente, não gosto de nenhum dos dois doces. Nem sou de açúcar, embora tenha uma ou outra coisa que derrube essa minha cara de sal. Divagava por essas e outras enquanto fazia compras do enxoval do bebê e dei conta que uma das sete mil e dezenove “tarefas” da mãe que está na espera é escolher a chamada “lembrancinha da maternidade”. Para quem tem fobias sociais diversas, isso representa um frio na barriga no nível da descida da montanha russa. O que fazer? Quero a coisa mais legal do mundo. Fácil.
Quando alguém visita, no hospital ou em casa, para conhecer aquela joinha que acaba de nascer e mudar completamente a vida de outros alguéns, é simpático oferecer um mimo. Beleza. Vamos resolver.

Entre enfeites bonitinhos, como florzinhas e joaninhas que, depois de circular pela casa ou mesa de escritório, um dia fatalmente vão parar você sabe aonde, e alguma coisa, digamos, mais “útil”, decidi que a minha Catarina vai receber os reis e rainhas magos com lápis e bloquinho de anotações (!). Caderninhos para anotar a vida, como definiria a Clara, personagem de Isabel Allende na Casa dos Espíritos. Mas vai ter também uma comidinha: brigadeiro de colher.
Se puxar à mãe, serão os primeiros de muitos (lápis e brigadeiros – o ponto fraco). Tudo bem que nada disso ela vai aproveitar agora, mas terá tempo.
Entre as possibilidades, há dois bons fornecedores paulistanos: o ateliê Maria Brigadeiro e a Brigaderia. É morder aqui e ali e decidir – a Brigaderia leva alguma vantagem pela possibilidade de estampas e cores. Mas ambos mandam muito bem na qualidade e na apresentação. Nada impede, claro, que quem tem tempo e disposição faça os próprios doces… Não é o caso desta missivista.
Funciona assim: a gente escolhe quem fará os doces, que serão oferecidos em vidros com tampas bem vedadas para garantir a qualidade e a durabilidade, coisa de dois dias porque não entram conservantes na jogada. São como aqueles potinhos de geleia. Pode gravar o nome do bebê e, no caso da Brigaderia, escolher estampas e acabamentos diferentes. No grande dia, “alguém” vai ligar para a loja e avisar que a criaturinha tá chegando. Os brigadeiros serão entregues fresquinhos na maternidade e dá até para combinar outras remessas para adoçar as visitas que preferirem ir em casa, depois. Assim não gasta toda a munição de uma vez e tem sempre doce fresquinho ao alcance da boca.
Leia no iG Comida cor de caramelo essas boas reportagens sobre brigadeiros, com receitas.Versam sobre a história, como são feitos, a moda dos docinhos finos e das confeiteiras superespecializadas no assunto, caso da Juliana Motter, da Maria Brigadeiro.
Difícil, depois, é NÃO fazer um prato cheio e se jogar no sofá para devorar o doce de chocolate antes mesmo de enrolar. De colher.
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Nota: dizem que faz bem a gente escolher uma música para o bebê ouvir desde a barriga e, depois, quando nasce. Demorei, não conseguia decidir. Só recentemente e com algum sacrifício cheguei em Chovendo na Roseira, porque afinal a chuva boa e prazenteira é isso mesmo. Essa composição o Tom Jobim disse que nunca ia conseguir gravar – de fato, até onde sei, não gravou mesmo. Tem um vídeo de estúdio em que ele brinca de cantar, mas só engana. Diz que é difícil demais. Esta versão é com a Elis Regina, do álbum Elis & Tom, de 1974. Mas há por aí outra muito boa, instrumental, com o virtuoso do violão Yamandu Costa.
Vivi, seus textos são sempre uma delícia de ler!!
Helo! Obrigada pela visita. bjs.
Acho que vou fazer uma visita por dia!!!
Que doce. Mas vamos organizar a fila, por favor.